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Biologia no Cinema: Mimetismo Batesiano no Filme RIO 2


Fonte: BlueSky

 Em continuidade ao universo de "Rio", a narrativa se desenrola na  Mata Atlântica, onde Blue e Jade, as ararinhas azuis, retornam ao seu bando. Neste cenário, surge em um papel secundário marcante desempenhado por Gabi, uma rã rosa com manchas pretas, e Nigel, o antagonista, uma cacatua-de-crista-amarela.

 

 A trama ganha profundidade com o envolvimento romântico entre Gabi e Nigel, que enfrentam um amor proibido: Gabi acredita erroneamente que suas cores vibrantes são altamente perigosas e teme causar a morte de qualquer ser que a toque. Esse dilema impede que o romance floresça plenamente, criando uma tensão emocional e humorística ao mesmo tempo.

 

 No clímax do filme, quando todos temem pela vida de Nigel, Gabi decide se despedir com um beijo. Contudo, ela vai além e, em um ato de desespero, bebe sua própria saliva pois acredita que não conseguirá viver sem ser ao lado de seu grande amor. Para a surpresa de todos, Nigel se recupera logo após o contato com Gabi, revelando que a rã não é venenosa como ela acreditava.  Ela se tratava de uma Pseudo-dendrobates que pode ser explicada pelo o que chamamos de mimetismo batesiano.


Fonte: riowiki

 O mimetismo é um fenômeno fascinante encontrado na natureza, onde certas espécies inofensivas imitam o colorido de outras espécies que são, na verdade, perigosas ou desagradáveis para os predadores. Nesse processo, a espécie que imita é denominada de "mímico", enquanto a espécie que está sendo imitada é chamada de "modelo". Essa estratégia permite que os mímicos se beneficiem da proteção conferida pelo modelo, reduzindo suas chances de serem atacados por predadores que evitam o modelo devido a suas características desfavoráveis.

 

 O predador pode aprender a ligar as cores vistosas de uma espécie modelo ao desconforto experimentado após consumi-la; quando se depara com um mímico com cores semelhantes, o predador aplica o conhecimento adquirido com o modelo para evitar atacá-lo, mesmo que o mímico não tenha toxinas. Dessa forma, a pseudo-dendrobates estaria mimetizando uma espécie do gênero dendrobates reconhecida por suas cores vibrantes e sua toxicidade, afastando com facilidade grande parte de seus potenciais predadores.


Fonte: Rolf Kolasch

 A rã pseudo-dendrobates é uma espécie fictícia não registrada, criada para se assemelhar a uma espécie do gênero chamado dendrobates que possui toxinas que se acumulam na pele, dessa forma seu contato com qualquer outra espécie pode ser altamente perigoso. Além disso, o fato de suas cores principais serem precisamente atrativas e diversificadas facilitou a criação de um novo personagem. Sua semelhança morfológica permitiu que o autor criasse um enredo fortemente embasado, não ignorando as hipóteses sobre mimetismo batesiano e a dinâmica dos ecossistemas.

 

 Por fim, é crucial destacar a relevância de informações como essa sendo transmitidas por meio de filmes infantis, pois isso facilita a disseminação do conhecimento e nos conscientiza sobre a importância da educação ambiental desde cedo. O cinema, além de entretenimento, é uma poderosa ferramenta educativa, capaz de instigar a curiosidade e despertar a consciência sobre questões fundamentais, como a preservação do meio ambiente. Ao incorporar temas científicos e culturais em produções voltadas para o público infantil, estamos não apenas proporcionando momentos de lazer, mas também contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados com o mundo ao seu redor.




Referências:

 





 


Sobre a Autora: Aryane Aparecida Pereira Nunes


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