Você já parou pra pensar como uma paisagem rica em biodiversidade, como as florestas que possuem tantas comunidades biológicas vivendo juntas, ficaram daquele jeito? Como elas surgiram? Como eram antes de ser uma floresta?!
A Sucessão Ecológica acaba com a nossa curiosidade e explica isso!
A Sucessão Ecológica define uma série de mudanças que acontecem de forma gradual na composição das espécies de uma comunidade biológica, onde ao longo do tempo uma comunidade vai sendo substituída por outra mais complexa, para assim conseguir se estabelecer na área como uma comunidade estável.
Ilustração das mudanças na composição da comunidade biológica no decorrer do tempo, da comunidade pioneira, intermediária, ao clímax.
Os inícios da Sucessão
Durante esse processo é possível identificar dois tipos de sucessão, que se diferem em seus pontos de partida.
Sucessão Primária
Se inicia em ambientes nunca antes ocupados por uma comunidade, como em dunas de areia, em um lago recém formado, em um afloramento rochoso e lavas vulcânicas, é nesses ambientes precários para uma comunidade como a de pequenos mamíferos logo de cara se estabelecer, que se desenvolvem as espécies pioneiras.
Essas espécies possuem a capacidade de se estabelecer nesses ambientes, e são representadas pelos líquens e cianobactérias. Graças a essas comunidades pioneiras outras comunidades mais complexas podem se estabelecer.
Isso acontece pois esses organismos liberam ácidos capazes de formar uma pequena camada de solo por meio da desagregação da rocha, e a partir dessas camadas forma-se um tapete orgânico úmido e rico em sais minerais, fazendo possível o desenvolvimento de outras comunidades.
Espécies pioneiras representada pelos líquens em rocha nua. Imagem por Ramon Lamar de Oliveira Junior.
Sucessão Secundária
Ocorre em ambientes que foram ocupados por comunidades anteriormente mas que sofreu uma perturbação intensa, como deslizamentos, inundações, desmatamento (entenda os impactos do desmatamento nas interações ecológicas), queimadas, entre outros, a ponto de desaparecer grande parte ou toda a comunidade.
Um exemplo comum de sucessão secundária ocorre em florestas de carvalho após queimadas (o efeito do fogo nos biomas brasileiros), onde há perda de grande parte da vegetação e dos animais que não conseguiram fugir. Entretanto quando uma área perturbada já tem um solo rico em nutrientes, ela pode ser recolonizada muito mais rapidamente que a rocha nua da sucessão primária.
Sucessão secundária após incêndio, representada por espécies de gramíneas e plantas ruderais. Imagem por Evandro N. Silva
As fases da Comunidade Biológica
Dentro dos processos da Sucessão Ecológica sabemos que as comunidades sofrem por diversas alterações ao longo do tempo até chegarem na sua estabilidade, e aprendemos que elas começam com as espécies pioneiras, formando as comunidades pioneiras.
Comunidade Intermediária
A comunidade intermediária pode ser formada a partir dos benefícios propiciados pelas espécies pioneiras, que deixaram as condições mais favoráveis para surgimento de musgos, e plantas de pequeno porte como os arbustos, que atraem insetos e moluscos, iniciando um novo ecossistema.
E também pode ser formada a partir de uma área que sofreu perturbação, como um pasto, onde aprendemos que nesses casos a área pode ser recolonizada muito mais rapidamente comparado a sucessão primária, possuindo maiores condições de desenvolvimento de espécies secundárias e consequentemente atratividade de animais, pois a medida em que as espécies intermediárias da sucessão conseguem se estabelecer e diversificar, a fauna vai aumentando em espécies.
Estágios de uma sucessão ecológica. Imagem: Arquivo LAES
Comunidade Clímax
Chegamos a última etapa da Sucessão Ecológica, a comunidade clímax caminha pelo estabelecimento de comunidades estáveis, o desenvolvimento e complexidade trófica alcançada, há grande presença de fauna e flora desenvolvidas, com rica biodiversidade, com comunidades estáveis e funcionais até que um evento de grande perturbação, seja ele natural ou causada pelo homem, ocorra e transforme o ambiente.
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REFERÊNCIAS
SANTOS, Vanessa. Sucessão Ecológica. BiologiaNet. Disponível em: <https://www.biologianet.com/ecologia/sucessao-ecologica.htm>.Acessado em: 08 de nov. de 2020.
GRUPO FRAGMAQ. Descubra qual a importância de uma comunidade clímax para o meio ambiente. Fragmaq, 2016. Disponível em: <https://www.fragmaq.com.br/blog/descubra-importancia-comunidade-climax-meio-ambiente/>. Acesso em: 09 de nov. de 2020.
Sucessão Ecológica. Só Biologia. Disponível em:<https://www.sobiologia.com.br/conteudos/bio_ecologia/ecologia23.php>. Acesso em: 08 de nov. de 2020
Sucessão Ecológica. Khan Academy. Disponível em:<https://pt.khanacademy.org/science/biology/ecology/community-structure-and-diversity/a/ecological-succession>. Acesso em: 09 de nov. de 2020.
LEITE, Maria. Você sabe o que é sucessão ecológica?. Ambiente Brasil, 2019. Disponível em:<https://noticias.ambientebrasil.com.br/redacao/2019/07/03/152772-voce-sabe-o-que-e-sucessao-ecologica.html>. Acesso em: 09 de nov. de 2020.
Sobre a autora: Dyessica Gonçalves Nunes, graduanda em Ciências Biológicas/Bacharelado - UFU. Trabalha com formigas-cortadeiras (Atta), adora o gênero de ficção e é apaixonada por fotografia.
Contato: dyessicagn@gmail.com @the_dyess(pessoal) @bahyep (fotografia).
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