A palavra “Herpetologia” vem do grego Herpeton que significa “rastejar” ou “animal rastejante”. É um ramo da zoologia que está relacionada ao estudo de anfíbios e répteis, incluindo sua classificação, ecologia, comportamento, fisiologia e paleontologia. As espécies que participam deste grupo mostram uma ampla distribuição geográfica, algumas sendo consideradas endêmicas (nativas a determinada região geográfica), e que podem apresentar grande variação referente as suas morfologias, variando no seu tamanho, por exemplo, como uma espécie de alguns centímetros até grupos que chegam a mais de 10 metros, isso sendo encontrado entre espécies diferentes ou até dentro dos indivíduos pertencentes a um mesmo grupo.
No mundo inteiro há conhecimento sobre cerca de 6.300 espécies de anfíbios e cerca de 9.831 espécies de répteis. Das 9.831 espécies de répteis conhecidas no mundo todo, 650 são encontradas no Brasil, entre elas, 197 são encontradas na Mata Atlântica.
E você tem ideia de como esses dados surgiram?
Surgiram através de muitos estudos em cima da Herpetofauna resultando na geração de informações, sobretudo os diagnósticos de espécies. A definição e execução de métodos de amostragens da fauna são de extrema importância para a coleta de dados, e para a continuidade de várias pesquisas que visem à conservação de espécies e a minimização das ameaças à diversidade biológica, especialmente, para os indivíduos que são naturalmente indicadores ambientais.
Um pouco mais sobre suas classificações...
Os Anfíbios são classificados pelas seguintes ordens:
Anuros (sapos, rãs e pererecas).
Gymnophiona (cecílias).
Caudata/Urodela (salamandras).
Já os répteis possuem as seguintes ordens:
Squamata (lagartos, serpentes e anfisbenas).
Crocodylia (jacarés, crocodilo e gaviais)
Chelonia (jabutis, cágados e tartarugas).
As relações da Herpetologia com o meio envolvem grandes benefícios para a humanidade, principalmente porque os anfíbios, por diversas vezes, muito sensíveis às mudanças ambientais (ectotérmicos), oferecendo uma advertência visível aos seres humanos de que mudanças significativas estão ocorrendo, tornando-se um fator fulcral para a ecologia global.
Além disso, dá suporte a métodos e estudos que favoreçam a evolução medicinal, as toxinas e as peçonhas de certas espécies podem ser úteis na medicina humana. Certas toxinas têm sido utilizados como fonte de anticoagulantes para controlar e tratar derrames e ataques cardíacos.
Atualmente, muitas pesquisas têm utilizado a peçonha de serpentes como base para buscar novos medicamentos para doenças graves, como para o tratamento de cânceres. Nessa busca, pesquisadores da Universidade Técnica de Munique (Alemanha) desenvolveram um composto químico com muito potencial de virar uma droga para o tratamento de glioblastoma: o Cilengitide, que pode salvar a vida de diversas pessoas.
Desta maneira, conclui-se a necessidade fundamental de conservação desses grupos de animais, e a busca de conhecimento para evitar a alta taxa desnecessária de mortalidade destes, tanto nos meios urbanos, como nos meios rurais.
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REFERÊNCIAS:
HERPETOLOGIA. Portal São Francisco, 2018. Link: https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/herpetologia, 12/2022.
LEITE, Maria B. A. 2020. RÉPTEIS – CARACTERÍSTICAS GERAIS. Redação Ambiente Brasil, 2020. Link: https://ambientes.ambientebrasil.com.br/fauna/repteis/repteis_-_caracteristicas_gerais.html, 12/2022,
BASTOS, Maria A. 2007. AÇÃO DA PEÇONHA DE CROTALUS DURISSUS TERRIFICUS (SERPENTES: VIPERIDAE) SOBRE A AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA, PARÂMETROS INFLAMATÓRIOS E PLORIFERAÇÃO CELULAR. PucRS, 2007. Link: https://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/5325/1/000390935-Texto%2bCompleto-0.pdf, 12/2022.
BERNARDES, P. S. 2012. Ecologia e métodos de amostragem de Répteis Squamata. Pp. 189-201 In: SILVA, F.P.C.; GOMES-SILVA, D.A.P.; MELO, J.S. & NASCIMENTO, V.M.L. (Orgs.).Coletânea de textos - Manejo e Monitoramento de Fauna Silvestre em Florestas Tropicais. VIII Congresso Internacional Sobre Manejo de Fauna Silvestre na Amazônia e América Latina, Rio Branco, AC.
Sobre o autor: Vitória Jalowitzki de Lima, graduanda em Ciências Biológicas / Bacharelado - UFU. Encantada pela natureza, tanto com sua diversidade de fauna, quanto a de flora. Atualmente faço parte do laboratório de estudos REPTAN – Répteis e Anfíbios, cada vez mais tenho se apaixonado pelos aprendizados obtidos.
Contato: vitoriajdelimaa.minasbio@gmail.com.