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Jeanne Baret: A Primeira Mulher a Circum-navegar o Mundo


Fonte: Imagem da Internet

Jeanne Baret nasceu em 27 de julho de 1740 na zona rural de La Comelle, na França. Filha de Jeanne Pochard e Jean Baret, ela cresceu como camponesa, levando uma vida simples e humilde com sua família. Seus pais, durante sua juventude, ensinaram-lhe tudo o que sabiam sobre a identificação de plantas medicinais, e assim Jeanne começou a se destacar como herborista.


Infelizmente, ainda jovem, Jeanne perdeu seus pais e viu-se obrigada a deixar o campo e buscar emprego na cidade. Tornou-se então tutora do filho de Philibert Commerson, um renomado botânico francês. Essa mudança na vida de Jeanne permitiu-lhe aprender cada vez mais sobre as plantas e também ensinar a Commerson seus conhecimentos sobre as ervas medicinais nativas.


Assim, Jeanne começou a viajar pela Europa junto com Commerson para montarem um herbário particular. Isso fez com que o botânico se tornasse cada vez mais conhecido no meio intelectual francês, e ele acabou sendo nomeado botânico do rei Luís XVI.Com todo esse prestígio social, Commerson foi recomendado por Carl Linnaeus para ser o botânico de uma viagem marítima ao redor do mundo, uma expedição financiada pelo Governo francês em busca de terras e produtos valiosos.


Commerson precisava que Jeanne viajasse com ele para ser sua ajudante na busca e identificação de espécimes. No entanto, mulheres não eram bem-vindas a bordo de navios da Marinha francesa. Diante desse empecilho, Jeanne e Commerson viram-se obrigados a mentir e criar um disfarce masculino para ela, transformando-a em Jean.


Jeanne Baret enfrentava rotineiramente dores e desconfortos devido ao uso de ataduras para esconder seus seios, mas ainda assim realizava trabalhos árduos durante a viagem para garantir que seu disfarce não fosse descoberto.


Infelizmente, em muitos momentos cruciais, Commerson enfrentou problemas de saúde, e foi Jeanne Baret quem assumiu a responsabilidade pela busca de novas espécies. Em uma dessas buscas, ela coletou uma das mais notáveis plantas da expedição, a famosa primavera, batizada em homenagem ao capitão da expedição, Bougainvillea brasilienses.


Fonte: Minhas Plantas

Para o horror de Jeanne, em 1768, assim que pisou no Taiti, seu disfarce foi descoberto pelo povo nativo, e a vida da herborista frágil tornou-se muito mais difícil devido aos estupros que sofreu. Por fim, ao chegarem às Ilhas Maurício, Jeanne e Commerson foram obrigados a abandonar a expedição. 


Em 1773, devido a graves problemas de saúde, Commerson faleceu. Desamparada e sem recursos, Jeanne começou a trabalhar em bares, onde conheceu o oficial francês Jean Dubernat. Casaram-se em 17 de maio de 1774 e retornaram à França.


Em reconhecimento ao serviço prestado ao seu país, o rei Luís XVI concedeu a Jeanne uma renda vitalícia e felicitações por sua coleção de mais de 6.000 espécies. No entanto, é lamentável que a sociedade, então e ainda hoje, seja profundamente machista, e a impressionante história de Jeanne Baret tenha sido apagada por anos.


Jeanne Baret faleceu em 5 de agosto de 1807, com o único reconhecimento público de ter sido a amante de um famoso naturalista. Somente em 2010, com a publicação do livro "O Segredo de Jeanne Baret", de Glynis Ridley, sua façanha e legado como uma grande cientista foram trazidos à luz.






REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


LÓPEZ, A. Jeanne Baret, a primeira mulher a circum-navegar o mundo, no século XVIII, por seu amor à botânica. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/internacional/2020-07-27/jeanne-baret-a-primeira-mulher-a-circum-navegar-o-mundo-no-seculo-xviii-por-seu-amor-a-botanica.html>. Acesso em: 20 fev. 2024.



 

Sobre a autora: Milena Laura Soares, graduanda em Ciências Biológicas / Licenciatura - UFU, é apaixonada pela botânica e pela vida de forma geral.


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