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Riscos e consequências de alimentar um animal silvestre

Atualizado: 18 de out. de 2023

O processo acelerado de urbanização trouxe inúmeros resultados positivos para nós mas também interferiu de forma negativa na preservação do meio ambiente. À medida que os territórios urbanizados cresceram foi preciso áreas verdes dentro das cidades, chamadas de florestas urbanas. Dentre os vários benefícios que essas áreas verdes podem trazer, o abrigo à fauna é um dos principais tópicos. De modo geral, essas áreas são utilizadas pela população indiretamente, com objetivo de lazer, turismo e educação ambiental. Ou seja, as florestas urbanas nada mais são do que os Parques, onde fazemos piqueniques, caminhamos e confraternizamos com o meio ambiente.


Fonte: Imagem de unserekleinemaus por Pixabay

Contudo, apesar de ter vantagens positivas para nós seres humanos, é possível destacar pontos negativos que o uso indevido do local pode trazer, como por exemplo, criação de trilhas não designadas, resíduos sólidos espalhados em local inapropriado e alimentação não natural para os animais silvestres. Esse hábito de alimentar os animais que encontramos em Parques, pode ser prejudicial não só para eles mas para nós também. O animal se sente mais confortável e perde o medo do contato com os humanos, o que faz com que tenha um aumento da proximidade, expandindo os riscos de transmissão mútua de doenças.


Alimentá-los faz com que eles voltem e procurem se aproximar, associando-nos a uma fonte de obtenção de comida. Na maioria das vezes, os alimentos são impróprios para animais silvestres em geral, pois são alimentos industrializados e inadequados à sua dieta. Infelizmente eles acabam dando preferência a esses alimentos não só pela facilidade de acesso, mas também porque esses alimentos são mais saborosos e chamativos que os alimentos nativos. Em função de sua composição, o consumo de alimentos industrializados causa danos aos animais como diabetes, obesidade e quando se é ingerido uma grande porção de açúcar pode acontecer de aparecer cáries.


Fonte: Imagem de Rino Jan por Pixabay

Um exemplo real que acontece no Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu - PR, com os quatis (Nasua nasua), são que os visitantes não se privam de alimentar esses animais e como consequência eles estão chegando ao limite da domesticação. Os quatis através de várias gerações vêm recebendo alimentação dos visitantes e os dados mostram que vários deles adoeceram em função da alimentação inadequada e até se tornaram mais violentos. Os quatis começaram a atacar os visitantes em busca de alimento e em casos mais extremos chegam a derrubar restos de comidas das lixeiras para se alimentarem.



Fonte: Imagem de José Joey por Pixabay
  • Mas como mudar isso?

É preciso começar um plano de educação ambiental, conscientizando a comunidade com a finalidade de minimizar esses problemas. É necessário uma mudança de valores e atitudes da população com relação aos cuidados com o meio ambiente, tendo em vista que não é só ele que sai perdendo mas nós também sofremos com essas consequências da falta de cuidado. Além de trabalhar a sensibilização, que é um processo educativo de tornar o indivíduo sensível, possibilitando uma vivência que pode construir conhecimentos não só pela racionalidade, mas também a partir de sensações, intuições e sentimentos.




REFERÊNCIAS:




Batista, Caroline Renata, Karina Dias Espartosa, and Monica Toshie Suzuki Oshika. "NÃO ALIMENTEM OS ANIMAIS SILVESTRES DO PARQUE: TEATRO COMO FERRAMENTA DE CONSCIENTIZAÇÃO." Revista Extensão & Cidadania 8.13 (2020): 258-273. Disponível em: <https://periodicos2.uesb.br/index.php/recuesb/article/view/7107/5016>


Goulart, Marcella Junqueira, Jessica Cunha da Silveira, and Geraldo Tadeu Rezende Silveira. "Educação ambiental para a prevenção da alimentação de animais silvestres no Parque Municipal das Mangabeiras–Belo Horizonte/MG Environmental education for the prevention of feeding wild animals in the Municipal Park of Mangabeiras-Belo Horizonte/MG." REMEA-Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental 33.1 (2016): 95-111. Disponível em: <https://periodicos.furg.br/remea/article/view/5386/3600>





 


Sobre a autora: Carol Soares Duarte, graduanda em Ciências Biológicas, Licenciatura – UFU, é apaixonada pela biologia e todas as suas áreas, em especial a ecologia e suas interações. Amo estudar e aplicar educação ambiental.




 

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