Uma doença pouco discutida no nosso cotidiano é o popularmente conhecido como “daltonismo”, chamado pela medicina como discromatopsia. Provavelmente se você é daltônico já ouviu a frase “qual cor você enxerga isso aqui?”. A maior parte dos indivíduos não entende sobre os tipos de daltonismo e de que forma ele é causado, portanto, falaremos sobre essa temática neste texto para que seja entendido mais sobre o assunto.
A discromatopsia é uma doença que tem como sintoma a dificuldade em distinguir a diferença das cores, já que os cones – responsáveis pela recepção de cores nos olhos – não funcionam bem, ou simplesmente são ausentes. Ela é causada na maior parte das vezes por fatores genéticos hereditários (discromatopsia congênita), porém, também pode ser causada por fatores físico-químicos nos olhos, retina, nervo ótico ou parte do cérebro, e também por outras doenças como diabetes, cirrose hepática, hipertensão arterial, etc. (discromatopsia adquirida).
Na questão genética, é uma doença relacionada ao cromossomo sexual – em específico, o cromossomo X. Uma pessoa de sexo biológico masculino tem a composição dos cromossomos disposta por XY, enquanto XX representa o sexo biológico feminino. Como o daltonismo é causado por um gene recessivo no cromossomo X, ele é mais comum em indivíduos de sexo biológico masculino, pois é necessário apenas um X com o gene para ser daltônico (X ͩ Y), enquanto no sexo biológico feminino são necessários dois X com o gene recessivo (X ͩ X ͩ ), sendo um acontecimento mais raro.
Os tipos de daltonismo são divididos em protanopia (relacionada à dificuldade em distinguir a cor vermelha), deuteranopia (relacionada à dificuldade em distinguir a cor verde) e tritanopia (relacionada à dificuldade em distinguir a cor azul e amarela). Além disso, há também a monocromia, onde o indivíduo enxerga apenas em tons de branco, preto e cinza.
Atualmente, o método diagnóstico do daltonismo mais utilizado pelos oftalmologistas é o Teste de Ishihara, desenvolvido pelo médico Shinobu Ishihara, onde são dispostos diversos painéis com pequenos círculos inseridos em seu interior de diferentes cores e tonalidades, formando números, letras e desenhos que são perceptíveis por um indivíduo com a visão comum, já o daltônico, terá dificuldade em identificar o que está representado nos quadros.
Em relação ao tratamento, ainda não existe uma cura para o daltonismo, porém, já foram conquistados materiais que podem auxiliar uma pessoa daltônica a enxergar melhor as cores e, portanto, na sua qualidade de vida, como o uso de óculos e filtros, por exemplo. Apesar destes avanços, são necessários mais estudos e conscientização em relação a esta doença, pois é escasso o entendimento sobre a temática, sendo algo que gera dificuldades no cotidiano, como em visualização de mapas no processo de aprendizado, triagem em hospitais, no trânsito, ou até mesmo na escolha de uma roupa.
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REFERÊNCIAS:
MORIJO, Daniel Kleber Santos; MARCELINO, Vitória de Oliveira; MANSANO, Naira da Silva. DALTONISMO E AS DIFERENTES PERCEPÇÕES DE CORES. REGRAD - Revista Eletrônica de Graduação do UNIVEM - ISSN 1984-7866, [S.l.], v. 10, n. 01, p. 433 - 439, nov. 2020. ISSN 1984-7866. Disponível em: <https://revista.univem.edu.br/REGRAD/article/view/3315>. Acesso em: 30 aug. 2022.
SOARES, Renato. Avaliação dos condutores portadores de discromatopsia congênita na percepção cromática da sinalização viária. 2009. xvi, 129 f. Dissertação (Mestrado em Transportes)-Universidade de Brasília, Brasília, 2009. Disponível em: <https://repositorio.unb.br/handle/10482/7257>. Acesso em: 30 aug. 2022.
CASARIN, Franciele. O DALTONISMO: UM EXEMPLO DE HERANÇA LIGADA AO CROMOSSOMO X. Cruzeiro do Oeste, p. 1-16. 2015. Disponível em: < https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/42326>. Acesso em: 30 aug. 2022.
Sobre o autor: Victor Hugo Sousa Vidigal de Felipe, graduando de Ciências Biológicas / Bacharelado e Licenciatura – UFU, gosta de passar o tempo com jogos e filmes e é encantado por anatomia e fisiologia humana.
Contato: victorvidigal.minasbio@gmail.com